É muito raro ultimamente, mas há momentos em que me sinto inspirado.
Quando o raio de sol me bate na cara e abro os olhos, quer onde esteja, vejo tudo diferente, com tantas possibilidades. Apetece-me fazer 1001 coisas, criar, parece que consigo e sou capaz de tudo. Toco no topo do mundo.
É raro, mas ainda acontece.
Olho para as pessoas e parecem-me “robots”. Stressadas e ocupadas com o trabalho, ou filhos, ou as suas vidinhas apressadas e supérfluas, sem objectivo nenhum a não ser ir para casa ter com a família e assim sucessivamente. Satisfazendo o prazer imediato e de curto prazo.
E na verdade, eu apenas sou mais uma dessas pessoas, quando estou fora deste estado transcendente, em que ando com um raio de sol sobre mim como se eu fosse o único iluminado. E sou…
Mas é raro.
Já foi mais frequente, mas levaram esta magia. Eu mal a vejo e sinto, quanto mais os outros que me rodeiam. Em tempos alguém a viu, a sentiu e eu senti que sim. Mas levaram-na e agora apenas uns fogaxos que mal chegam para aquecer, surgem… raramente…
E de tão breves que são, para nada servem. Mas ainda assim um destes momentos podia ser meio segundo que não seria despercebido.
É raro, muito raro, mas está cá. E do pouco ou quase nada pode se fazer muito. Por isso quando o raio de sol que me bate na cara se desvanece, abro os olhos e sorrio. Porquê?
Porque sei que vai voltar mais vezes. 🙂
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