Letter from Me&You

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Faz hoje Um ano que tudo mudou.

Parece que entrei num universo paralelo, num espaço temporal distinto.
E não tive escolha. Vejo que não havia outra opção. Há coisas na vida que não escolhemos, como quando nascemos ou quando morremos.
Por isso, por muito que tenha agora momentos em que penso que preferia não ter te dado a mão, sei que seria o mesmo que dizer que preferia não ter nascido ou que não quero morrer.

Diz-se que as melhores coisas acontecem sem esperarmos. E também é quando mais estamos desprevenidos, com as defesas em baixo que num milésimo de segundo tudo pode mudar. Todas as certezas que tínhamos se desvanecem.
Eu que tenho uma construção de personalidade enraizada na racionalização extrema, jamais me veria a ser arrastado para uma situação que não dominasse. Por mais cansado e aborrecido me encontrasse pessoalmente.
O mais curioso, e também perigoso, é ter esta consciência de descontrolo só agora.
Durante quase um ano, dizia “orgulhosamente” não só aos outros, mas também a mim próprio, que tinha o domínio daquilo que estava a fazer. Que por ter tantas condicionantes e “red flags”, eu sairia quando quisesse. Mentia, mentia-me. Não saia, não saí ainda.Desejaria afirmar: tão depressa e inesperadamente como tudo começou, tudo acabou. Pelo menos no que a mim me diz respeito. Mas não é verdade.

Mas estas palavras não são de lamento. São palavras de sentir. São a constatação e de auto-conhecimento.
Toda a minha construção como pessoa, racionalidade, e muros que vou construindo à minha volta não são mais que uma fortaleza para a extrema sensibilidade do que sou e em tudo aquilo que sinto. Nas mais ínfimas coisas. No casal de velhos por que passo a correr ou na planta selvagem que cresce sozinha no meio do verde, como um “dente de leão”. As coisas mais banais me emocionam.Quando sentimos em demasia, se calhar devemos aprender a gerir esses sentimentos e não guardá-los em caixas. Se sou diferente e sinto mais que os demais, então tenho de fazer um esforço suplementar para lidar com isso, por mais difícil que seja.
Sentir é ser mais forte e após um ano sei que sairei mais forte.Por isso, não lamento. Magoa, mas não lamento

Faz hoje um ano que ainda sem eu saber, e talvez também tu, o meu coração acelerou e bateu duma forma ordenada, descontroladamente mas com sentido, como fosse essa a sua função para que foi feito. E continua a bater… na esperança que se canse… um dia.

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Sobre Mim

Hello. Sou Jorge Reis.

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Gosto de coisas simples. Desde 1997, o meu site já teve um pouco de tudo. Sendo sempre o eco do que me vai na alma. Por isso eu sou um pouco de todo o seu conteúdo.
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